domingo, 11 de outubro de 2015

Que droga!

 Há dias tenho acordado no meio da noite com a alma inquieta, e depois não consigo mais dormir. Essa noite acordei umas 3:25 da manhã e já que eu sabia que não conseguiria mais pregar o olho, levantei e fui tomar um café. Acho incrível como a madrugada tem o poder de te lembrar coisas que você se esforça para esquecer. Enquanto eu tomava minha xícara de café, fiquei ali sentada, pensando em como as coisas mudam tão de repente, quando você se da conta a vida já passou e você nem teve a graça de admirar os detalhes. Meu coração se encheu de saudade de um tempo que já se findou. Tenho enfrentado dias terríveis, tenho chorado rios, mares, oceanos e lagoas de uma saudade que sempre aparece no finalzinho da noite, que insiste em fazer morada em mim. E tenho vivido, não pense você que desistir da vida, claro que ainda dói, mas eu já passei por coisas tão piores que não vai ser essa saudade idiota que vai me fazer parar. Acredita que mudei minha playlist? pois é, apaguei todas as músicas que você me enviou dizendo que te fazia lembrar de mim, e eu acabei usando elas por muito tempo para lembrar você, como se eu já não lembrasse a cada milésimo de segundo. Apaguei todas elas. Lembra dos desenhos, fotos e rabiscos que trocamos? joguei fora, o acumulo de coisas tuas por aqui já estava me sufocando, me livrei de tudo que me lembrava você, é uma pena não poder fazer o mesmo com as memórias que o cérebro vez ou outra trás a tona. Encontrei velhos amigos, e até sair para reencontrá-los, acredita? olha só o que a saudade tem feito comigo, cara, tem me forçado a sair com pessoas que já nem sei quem são só para tentar ocupar um vazio que tua ausência me causou, perda de tempo, porque as conversas sempre me fazem lembrar do quanto eu queria estar com você. No meio dessas tentativas falhas de não lembrar de você, noite passada sair com outro alguém, fomos a um lugar bacana, com uma comida chique, e até ai estava indo tudo bem. O cara era perfeito, usava um perfume maravilhoso, tinha o cabelo bonito, roupa legal, mas tinha um único problema, ele não era você. Passei a noite inteira querendo fugir dali, correr pra tua casa e te contar tudo que estava acontecendo comigo, mas eu não fiz, porque você não estaria em casa, e se estivesse não se importaria com o que eu tenho a dizer, porque você não pensa mais em mim, não sente mais o que sentia, nem ouve mais nossas músicas, e eu odeio você por conseguir fugir disso tudo e eu não. Terminamos de jantar e ele me levou em casa, conversamos até chegarmos lá, acredita que o cara também era inteligente? lembrei de uma vez que você me disse que era impossível alguém ser bonito e inteligente ao mesmo tempo, e eu até brinquei dizendo que se eu encontrasse alguém que fosse os dois, eu me casaria com ele. Fiquei rindo sozinha em meio a conversa intelectual do cara, foi a risada mais triste que já tinha dado nos últimos dias, ele sem entender nada perguntou do que eu estava rindo, nem quis explicar porque ele não entenderia nossas loucuras. Entrei em casa e fui direto para meu quarto, fiquei uns 30 minutos me convencendo a não te ligar, nunca quis tanto ouvir tua voz como naquela noite. Não liguei, não tive coragem, você já deveria estar dormindo ou estaria bem acompanhado, não queria correr o risco de estragar tua noite só para dizer o que provavelmente você já sabe, então fui tomar um banho pra dormir e te esquecer por algumas horas. Mas veja só, aqui estou eu, 3:25 da manhã, acordada, com uma xícara de café nas mãos e lembrando de alguém que o destino levou. Que droga!