sexta-feira, 31 de julho de 2015

Te escrevo sem saber se você me lê

 São 3:30 da manhã de uma quinta-feira sombria. O sono resolveu me abandonar esses dias, tenho assistido trilhões de filmes, tenho lido muitos livros e até voltei a escrever. Mas hoje não, hoje eu não quis passar minha madrugada lendo ou assistindo algum filme. Fiquei apenas deitada com a cabeça afundada no travesseiro, olhando para o teto e pensando em que rumo minha vida tinha tomado, e em que esquina ela esqueceu a alegria. E entre esses pensamentos, lembrei que eu tinha guardado uma carta que você me escreveu à meses atrás. Então levantei e fui em  busca da carta. Peguei uma caixinha que uso para guardar lembranças importantes, e lá estava ela, a tal carta que me fez levantar da cama a essa hora da madrugada. Comecei a ler, e logo fui tomada pelas lembranças de um tempo que jamais voltará, foi inevitável não chorar. Meus olhos inundaram, mas mesmo assim continuei lendo. Ao terminar de ler, fiquei sentada por uns minutos, tentando entender o porque essa vida te levou embora assim, tão cedo. A sua ausência me causou um caos enorme, me tirou o chão e ainda me presenteou com a saudade. Acredita que faz um mês que não consigo dormir? pois é, um mês que tenho tentado não lembrar tanto de você, um mês de tentativas totalmente falhas de não sentir sua falta. Já perdi as contas das vezes que me peguei chorando pelos cantos enquanto olhava tua foto. Está doendo demais, é aquela dor chata que não passa com remédio nenhum sabe, que mesmo com todos os analgésicos do mundo inteiro ela não vai embora. À dias estou deprimida, não vejo mais razão pela qual sorrir, até tenho tentado bastante me animar, mas o problema é que por mais que eu passe o dia inteiro sorrindo, dançando, conversando com as pessoas, quando chega a noite, e tenho que voltar pra casa, a tua ausência me pega no colo e diz "vim te fazer companhia, mais uma vez", e é disso que eu não aguento mais. Estou triste, me sinto sozinha e dá até pra encher um oceano com minhas lágrimas. O que me destrói por dentro, é a vontade de voltar no tempo pra poder te abraçar outra vez, e dizer o quanto você é especial, ou apenas para poder ter dito o que nunca fui capaz de dizer. Mas seja lá onde você esteja agora, eu te escrevo essa simples carta, sem saber ao menos se pode ouvir o som das minhas palavras, apenas para dizer que não importa quanto tempo passe, eu vou sempre, verdadeiramente te amar e te carregar dentro de mim como se você fosse um pedaço meu. 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Pássaros em gaiolas

Palavras não ditas são como pássaros presos em gaiolas. Por isso escrevo. Por trás de cada texto e frase tento expressar o amontoado de palavras que não consigo dizer. Nunca fui do tipo de pessoa que fala abertamente sobre o que sente, e confesso que eu até tento falar o que acontece aqui dentro, mas é assustador. As pessoas tem essa mania de usar tudo que você diz contra você, por isso prefiro o silêncio, é mais seguro.  Não vou mentir, em certos momentos é difícil ser assim, porque as pessoas tem uma necessidade de ouvir o que elas querem, e quando isso não é atendido elas costumam ir embora. Eu não quero e nem acho que devo satisfazer os conceitos de ninguém, e por conta disso já perdi muita gente. Esse meu jeito estranho que as pessoas não entendem causam uma impressão errada do que eu realmente sou. Certa vez alguém me disse que eu parecia "oca" por dentro, e eu preferir não responder a esse equívoco, e pensei comigo mesma "queria que você pudesse ver quantos pássaros presos em gaiolas carrego dentro de mim", e mais uma vez, só pensei. Porque ultimamente não tenho dado tanta importância para o que as pessoas pensam ao meu respeito, isso já deixou de ser um problema. E eu vou seguindo a vida, com esse meu jeito meio torto vou tentando ser feliz, e quem sabe assim eu encontre alguém que seja tão "torto" igual a mim.

terça-feira, 28 de julho de 2015

bukowski

"Deitei na cama, abri a garrafa, dobrei o travesseiro nas costas para ter um bom apoio, respirei fundo e sentei na escuridão olhando a janela. Era a primeira vez que eu estava sozinho em cinco dias. Eu era um homem que se fortalecia na solidão ; ela era pra mim a comida e água de outros homens. Cada dia sem solidão me enfraquecia. Não que eu me orgulhasse dela, mas dela eu dependia. A escuridão do quarto era como um dia ensolarado pra mim. Tomei um gole de vinho."